Cara à cara: Entrevista com Thedy Corrêa

Aproveitei a passagem de Thedy Corrêa pela 26ª Feira do Livro, acontecida em São Borja, para realizar um bate-papo com ele. Vocalista do Nenhum de Nós há 25 anos, o compositor e músico é gaúcho, de Porto Alegre, apaixonado pela música e pela palavra.

Thedy confessa: "Apaixonei-me primeiro pela literatura".
Foto: Tatiane Bispo Homem/ homemsoparamulheres.blogspot.com

1- Qual paixão veio primeiro: a literatura ou a música? 
Na minha vida, por incrível que pareça, foi a literatura. Quando eu tinha sete anos escrevi um livro de ficção infantil. E só aos 16 que comecei com a música. Então foi nessa ordem, respectivamente.

2- Por que você intitula o seu livro, "O Bruto, de quase-poemas, quase-contos e algumas letras"? Existe o formato do poema que obedece a uma série de regras as quais eu realmente desconheço. Não por má vontade, mas porque não se adapta ao formato que gosto de comunicar as minhas coisas. Quase-poemas nesse sentido. E quando me refiro a quase-contos há um pouco de ironia. Pois, para o texto se concretizar é preciso que o leitor leia.

2- Comente sobre sua obra Astro-ajuda lançada em 2010.
Ele é um livro que surgiu a partir de um blog que tenho, ele se chama Astro Thedy. Juntei os textos que eu havia publicado lá e somei com mais alguns que eu não tinha colocado na internet.

3- A sua atividade como escritor ajuda ou influência na hora de compor uma letra de música?
Sim. Sempre fui um ávido leitor. Então, à medida que me aprimorava com a leitura, melhorava também na escrita. Não sei dizer onde começou o compositor e o escritor porque eles andam juntos.

4- Cite alguns dos seus escritores preferidos.
Gosto de citar Caio Fernando Abreu, aqui mesmo do Rio Grande do Sul. É o escritor mais intenso para mim. Até hoje, não consegui encontrar outro que fosse tão intenso assim. É incrível o modo que ele conseguia transpor coisas tão intensas no papel. Gosto de citar também, na área da poesia, Vinícius de Moraes.