Do amor demonstrado em excesso, decaiu-se ao recatado, retraído. Das conversas infindas retrocedeu -se a palavras monossilábicas. Das gargalhadas aos momentos sério em excesso. Do entendimento passou-se a brigas constantes. Dos mimos a secura. Dos tempos de amor, de olhar, de conhecer, de abraçar minhas dores e alegrias como suas, transformaram-se em indiferença frente a eles. Coisas que pais e filhos dividem, coisas que você divide com os seus.
A relação foi se esvaindo pouco a pouco, para alegrias daqueles que plantaram a semente. A intenção sempre fora essa. Ninguém em sã consciência e em equilíbrio emocional, no mínimo razoável, tentaria mudar ou interferir nessa relação. Mas, infelizmente, como vivemos em um mundo em que a inveja é o fator preponderante, imaginem então, o desastre quando vai de esbarro ao ciúme. Ele traduz o sentimento de propriedade, ao passo que a inveja mostra o instinto de roubo.
Eu sei que preciso do teu colo, sei que - por destino da vida- não o tenho. Eu sei que isso me marcou, ainda que jurasse que não, ainda que vestisse um sorriso de 'tudo bem', ainda que quisesse acreditar numa reviravolta da vida. Ela nunca aconteceu. Sei que talvez seja o revés que a vida me trouxe, sei que talvez seja esse o aspecto que eu tenha de encarar para crescer. Eu sei de tudo isso, mas, numa hora dessas cabe a mim a inquietude, a perplexidade e a reflexão acerca daqueles que tentam - e conseguem- o que quer. A minha mais profunda lamentação. É o que desejo.
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