quarta-feira, 25 de abril de 2012

Desencontro





Um labirinto. Duas pessoas. A regra é simples e básica: no final do labirinto, os integrantes terão duas opções, o primeiro que chegar espera pelo o outro, ou, segue em frente solitário...
Há a certeza de um caminho ondulante, de um pensar e sentir solitário. Há a consciência de que é preciso mudar, é necessário agir. Os obstáculos serão previsíveis. As manobras serão necessárias. Os apuros serão constantes. O aperto será sufocador. Pedras no caminho terão que ser desviadas. Dificuldades deverão ser contornadas. Menos ansiedade e angústia, mais paciência e calmaria, por favor.

Nada aqui é imutável e duradouro. As incertezas são deveras e infindas, mas creio que A Menina pula se você der a mão. Comecem a andar, a largada iniciou. Cultivem o encontro. Saciem o amor, deixem de lado miudezas que todos parecem gostar de cultivar. Clamem um pelo outro na busca incessante por felicidade.
Ao ouvir ruídos, zumbidos ou ecos na tentativa de fazer com que desistam, não se importem. Não se importar é o melhor caminho e a estratégia fundamental para seguir em frente. Vamos lá, esqueçam as decepções que nada tem a ver com o mesmo(a) que também tenta atravessar o caminho. Se permitam, vivam tudo o que há pra viver. O acalanto por qualquer explicação não é a hora agora. Repousem serenos e perenes. Corram sem olhar para trás, linha reta para não cair. O fim está a pouca distância.

Por infelicidade, ou talvez, destino, quando o segundo chegou ao final do trajeto, constatou que não havia ninguém ali esperando. A Menina sentiu-se perturbada, inquieta. Dentre as certezas da vida, essa é uma em que ela não conseguia aceitar. Um frio que pertencia somente a ela. Mas não o frio que arrepia a pele ou enrijece o corpo, o frio que parecia fazer só a ela e não a permitia escolher. Ninguém havia perguntado o que pensava, tampouco o que sentia. Ninguém percebia, se importava. Quem dirá o futuro ilusório e ex constatado coadjuvante. Mas não no sentido denotativo da palavra, daquele quem tem o mesmo fim comum. Mas sim, daquele que está indiretamente ligado com a protagonista. Nesse caso, sem fins comuns.
E assim, ela seguiu. Com um admirável (e teatral) sorriso pós-guerra de quem ri ainda que com o interior aos prantos.

2 comentários:

  1. que textos lindos, são de uma sensibilidade enorme... PARABÉNS... virei fã!!

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  2. Tatiane belo texto, me deu até vontade de voltar a escrever, me identifiquei muito com sua descrição de perfil "Fui salva inúmeras vezes por essa terapia muda, jogando nela a euforia e a dor e, depois de um tempo, vendo-as registradas como parte de algo que não posso renunciar", sempre procurava refugio nos diários, depois nos blogs e agora novamente no diário trancado a sete chaves. A convido para visitar meu blog www.bsunrise.blogspot.com,
    se quiser trocar parceria de banner e só falar, ok?
    =]

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